quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Fim da Esperança.

"A Esperança é a ultima a morrer", dizem os que sabem. E, após uma pequena analise, temo não poder o desmentir, como era minha intenção inicial.
Comparo agora a vida a uma especie de "Battle Royal" ao estilo romano. Dezenas de concorrentes pisam o ringue e ouvem soar, possivelmente, o ultimo sino que alguma ouvirão (já que não estarão cá para ouvir o que atrai os seus parentes à ultima despedida).
Longos momentos depois, do manto de sangue e ruinas, se ergue a face vencedora, onde já escassa o brilho e a vida. Certamente pouco mais viverá para tomar os frutos do seu esforço.
Vêm? Toda a nossa vida, enquanto nos regalamos com o que de bom se nos apresenta, uma batalha selvagem é travada dentro de nós.
Troque-se, para mera ilustração, os combatentes humanos por simples sentimentos e crenças emocionais, e aí temos a nossa "Battle Royal".

A Esperança tem sempre uma vantagem abismal, talvez por dizerem ser "imortal"; O Amor, seu eterno rival, muitos acreditam também que nem a morte lhe traz um fim; Também a Felicidade, o mais frágil de todos pois qualquer um deles a influencia; enfim, tantos outros que acabam massacrados perante a nossa Esperança.
Qualquer pormenor pode provocar a morte da Felicidade, mas ela renasce, como a Fénix, se as condições não lhe forem adversas. O Amor é efémero, hoje parece-nos ser para sempre e amanhã reparamos que nunca lá esteve. Quando falamos de Esperança, talvez até nosso coração palpite mais forte por achar que a Felicidade nos espera ao virar da esquina, no entanto, não passa de Amor que aproveita todas as hipoteses possiveis para se estabelecer.
Mas acho que chega de ver a Esperança como o herói, e de aplaudir todas suas vitórias. O que nos traz ela senão ideias erradas de que o futuro nos guarda o Amor e a Felicidade. Ambos que teimam em não aparecer.
Quando nos parece tocar-lhes o chão por baixo dos nossos pés cede, e vemos novamente tudo que queriamos fugir, lentamente, sem podermos fazer mais senão continuar a cair.
Basta, porém, perdermos isso que quisemos de vista para começar a proxima "ronda". E tudo recomeça, temos a Esperança na Felicidade, quase que tocamos o Amor, e caímos mais uma vez para notar que o ciclo se repete.

Se não fosse esta Esperança, este Amor não iria morrer novamente, e a Felicidade ganharia esta luta. Mas a Esperança teima em nos alimentar, chacinando todos os nosso sentimentos mais belos. "A Esperança é a ultima a morrer", mas como sem esses sentimentos não vivemos, e como ela não "vive" sem nós...

...FIM.

7 comentários:

  1. humm parece salgalhada mas estranhamenhte fez sentido. continua

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  2. Aquele do coiso do cenas9 de setembro de 2010 às 15:32

    Revejo a minha vida neste texto... A Esperança é a pior coisa que pode haver! Odeio a Esperança e apesar de tudo não me consigo ver livre dela. A Esperança faz-me dar voltas na cama sem conseguir dormir, a Esperança torna-me soturno quando menos espero, a Esperança faz-me sofrer. Não fosse eu mais um daqueles que é resgatado pelo amor e depois largado em alto mar, sempre com a Esperança de voltar a ser resgatado.

    Abraço

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  3. Pois, como te compreendo...

    Muito obrigado por dares a tua opinião.
    Abraço

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