quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Vicios

Amo por necessidade, por vicio!
Torturo o meu coração para poder manter sã a minha alma.
Preciso da inspiração que ele (Amor) me traz.
Pensei que realmente a minha única opção para me sentir melhor fosse não permitir que me apaixonasse de novo; impedindo assim a eminente dor que me traria o momento em que visse mais uma paixoneta fugir-me entre os dedos como areia.

Todos temos jeito para uma coisa em especial.
E uma coisa vos digo, o meu dom não passa certamente pelo Amor. E como gostaria de poder dizer que não preciso de Amor nenhum. Acreditem que o gostaria de poder dizer.
E tecnicamente posso, embora não seja verdade.

Mas preciso desesperadamente de um Amor "novo".
É terrível não ter algo belo e puro em que pensar antes de adormecer. Algo para me adocicar o sonho.
É triste estar sentado num banco de jardim e perceber que não esperamos ninguém.

Mas o mais triste e ridículo de tudo, porém, é pegar numa caneta para escrever algo que interessa-se a quem vai ler, e acabar a "falar" sozinho.

Mas, louco já eu sabia que era...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sketch #1

E naquele momento, em seus braços agarrava, desesperadamente, o que inevitavelmente lhe fugia. Nos olhos onde outrora procurava abrigar-se das demasiadas incertezas, via agora esvanecer seu próprio reflexo.
Como bateria seu coração sem esse outro ditando-lhe o ritmo?
Foi então que um frio e insaciante abraço selou uma carta que lhe parecia inacabada.

Longas e martirizantes foram as horas que se sucederam. Questionou o porquê dos “porquês”. Viu-se afogar em tanta dúvida.
Pobre homem já facilmente se confundia com a melancólica paisagem de um esquecido cemitério. Então, uma infinidade de palavras que devia ter proferido e erros que não devia ter cometido, finalmente, se apresentaram à sua frágil alma, anestesiada pela dor.
“Tarde demais?” – pensou. “É uma parte clara do Homem, esta aprendizagem de natureza tão tardia a que nos sujeitamos.” – analisou porém.

Meses se passaram, e a cova onde tinha decidido enterrar seu amor parecia nunca encher de terra. Como se o humilde coveiro, para além de lento, tivesse o método de, não só encher o infame buraco, como de também retirar um pouco do seu conteúdo quando o processo lhe parecia com boas hipóteses de finalmente se completar, não deixando assim o defunto descansar em paz.

No entanto, quando já não pensava em não pensar no velho assunto, teve sucesso a natureza onde antes falhara o dito coveiro, e, no solo onde antes se notava um mórbido desnivelamento de terras, nada mais se identificava agora do que uma vasta planície verde, pronta a receber o mais florar dos mantos. Mas as nuvens ainda se faziam temer.
E foi aí que viu, o pobre traste, seu reflexo em outros olhos. Viu em tal reflexo seu, um sorriso que já não via em muito em seus lábios. Nunca se tinha visto tão nitidamente antes, nenhum espelho até então o tinha mostrado tão fielmente. Neste reflexo realmente se via. E gostava.
Foram esses verdes olhos que deixaram o sol raiar de novo entre as nuvens, sobre a bela planície, à pouco dominada por uma sombra enorme e cinzenta.

(...)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Peixinho.

Há corações ingratos. Tal como as terras mais inferteis, que não se deixam enraizar de belas flores, mas que sempre cedem a uma ou outra erva daninha que por la assenta.
Talvez seja pouco lucrativo, investir meu tempo a tentar perceber esses Corações. Talvez.
Mas talvez ao percebe-los, percebamos o que lhes faz falta. Tal como as terras inferteis percisam de nutrientes, e adubos, talvez estes Corações percisem de algo que lhes retome as propriedades.
Como podem ser tão frios?

Somos apenas um peixinho de aquário para esses Corações, e nada mais. Sem termos escolha fecham-nos dentro deles, vão-nos alimentando, brincando connosco, e um dia deixam-nos morrer. E sem a minima dor nos arrancam desse pequeno mundo (porém, suficiente) onde nossas raizes incrivelmente nao cresceram.

Porque teimo em culpar o "peixinho" e não quem o aprisionou?


P.S.: A propósito, após varios anos (quantidade que a minha familia faz questão de discutir frequentemente) morreu o meu peixinho (literalmente). :/

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sem Nome #2

Que Amor é esse, meu bem?
Que não me dá reste de paz.
E em que confusões me traz.
Porém, fica, e não me desdém!?

Que, de mais, me trazes,
Senão a dor que nao pedi?
Tão bem já disse eu de ti,
E tal é o mal que tu me fazes!

Em tuas garras fui cair,
Não querendo consentir,
Que fossem tão vorazes!

Mas nem tudo eu trocaria,
Também me cabe admitir.
Se o contrário hei-de proferir,
Matem-me, pois mentiria.

Matem-me! A meu pedido.
Que mais razões poderão ter?
Eu, não as terei mais para viver,
Sem meu amor, tão mal agradecido!

Que faria eu sem te amar?
Sem em teus braços acordar,
Depois de uma noite perdido!?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Fim da Esperança.

"A Esperança é a ultima a morrer", dizem os que sabem. E, após uma pequena analise, temo não poder o desmentir, como era minha intenção inicial.
Comparo agora a vida a uma especie de "Battle Royal" ao estilo romano. Dezenas de concorrentes pisam o ringue e ouvem soar, possivelmente, o ultimo sino que alguma ouvirão (já que não estarão cá para ouvir o que atrai os seus parentes à ultima despedida).
Longos momentos depois, do manto de sangue e ruinas, se ergue a face vencedora, onde já escassa o brilho e a vida. Certamente pouco mais viverá para tomar os frutos do seu esforço.
Vêm? Toda a nossa vida, enquanto nos regalamos com o que de bom se nos apresenta, uma batalha selvagem é travada dentro de nós.
Troque-se, para mera ilustração, os combatentes humanos por simples sentimentos e crenças emocionais, e aí temos a nossa "Battle Royal".

A Esperança tem sempre uma vantagem abismal, talvez por dizerem ser "imortal"; O Amor, seu eterno rival, muitos acreditam também que nem a morte lhe traz um fim; Também a Felicidade, o mais frágil de todos pois qualquer um deles a influencia; enfim, tantos outros que acabam massacrados perante a nossa Esperança.
Qualquer pormenor pode provocar a morte da Felicidade, mas ela renasce, como a Fénix, se as condições não lhe forem adversas. O Amor é efémero, hoje parece-nos ser para sempre e amanhã reparamos que nunca lá esteve. Quando falamos de Esperança, talvez até nosso coração palpite mais forte por achar que a Felicidade nos espera ao virar da esquina, no entanto, não passa de Amor que aproveita todas as hipoteses possiveis para se estabelecer.
Mas acho que chega de ver a Esperança como o herói, e de aplaudir todas suas vitórias. O que nos traz ela senão ideias erradas de que o futuro nos guarda o Amor e a Felicidade. Ambos que teimam em não aparecer.
Quando nos parece tocar-lhes o chão por baixo dos nossos pés cede, e vemos novamente tudo que queriamos fugir, lentamente, sem podermos fazer mais senão continuar a cair.
Basta, porém, perdermos isso que quisemos de vista para começar a proxima "ronda". E tudo recomeça, temos a Esperança na Felicidade, quase que tocamos o Amor, e caímos mais uma vez para notar que o ciclo se repete.

Se não fosse esta Esperança, este Amor não iria morrer novamente, e a Felicidade ganharia esta luta. Mas a Esperança teima em nos alimentar, chacinando todos os nosso sentimentos mais belos. "A Esperança é a ultima a morrer", mas como sem esses sentimentos não vivemos, e como ela não "vive" sem nós...

...FIM.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sem Nome #1

(Antigo, só para actualizar)

Sempre tive um receio
Um que sempre me afastou de ti,
O único que alguma vez senti.

Me impediu de te amar,
De te poder conquistar,
Tudo o que queria!
Tudo perdi!

Quiçá talvez um dia,
Sem a corrente que me prendia,
Te voltarei a procurar.

Se tal dia nascer;
Não irei mais adormecer
Ate te poder abraçar.
Juro não o deixar mais acabar.

Não tenho agora mais a perder.
Mais nada a me prender,
Tudo o que tinha era a tua amizade.
Até essa se perdeu na tempestade.

Podes-me perdoar?
Sinto a imensidão da tua falta.
Já não consigo controlar.

Quero tudo de volta...
Quero viver do teu olhar.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

"Sozinho é com Z"

"Sozinho é com Z", esta foi a primeira reacção, dos leitores que reagiram, em relação ao meu, recém criado, blog.
Não me entendam mal, não poderia estar mais agradecido pelas vossas leituras. Apenas me fizeram pensar. E já que, como seres "inteligentes" que somos, temos a capacidade de o fazer, bem ou mal, dedico sempre parte dos meus dias a dar uso a essas capacidades.

Pensei, "Errar é humano. Ortografia, de algum modo, deve estar associada.".
Nas vossas criticas, porém, vi um dos grandes erros da Humanidade. Um com repercussões bem mais graves, até.
Vi em vós a tendencia que Todos temos em, ao focar as nossas atenções nas imperfeições que nos são visiveis, esquecermos que muitas vezes o essencial está para além de todas as falhas e imperfeições "superficiais".
Não digo que a atenção extra ás minuciosidades seja supérflua, pelo contrário. Devemos sempre tê-las em consideração para tomarmos qualquer decisão, sobre o que quer que seja.
No entanto, nunca é demais recordar que temos de olhar o que nos é apresentado de todos os pontos de vista possivel. Quando acharmos que ja os estudamos todos, basta "um passo ao lado" para provar o contrário. Só assim poderemos ter uma noção mais proxima (no entanto, bastante falível) da verdadeira face do problema.

Hoje, para mim, a vida é um texto repleto de erros ortográficos e frases mal construídas, ocultando dos meus olhos o que eles lutam por ver.


Mais uma vez, obrigado.
E em falta de mais, critiquem os erros deste novo texto, certamente devem existir. =)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tu

Como é belo o Sol.
Como ilumina e aquece uma imensidão de "nada" à sua volta. Como, sem ele, todo esse "nada" disso mesmo não passaria, de NADA.
Como, sem o seu calor, até a nossa Casa não passaria de "mais uma". Mais uma enorme rocha que, ordenadamente, traçaria a sua rota no enorme vazio. Sem distinção de todas as outras, sem vida, sem cor...sozinha.
Toda a sua beleza e magia, que tanto nos insipira, e que inconcientemente menosprezamos, "veriamos" substituida por pilhas de tristeza e monotonia.
Os casalinhos de namorados, apaixonados, olhando um por-do-sol como se nunca o tivessem visto tão brilhante; os campos verdes e ferteis...enfim, até as chuvas geladas e as brizas fortes e acutilantes saudosamente recordariamos.

Ah, como ao olhar-te te comparo ao meu amor. Como sem ela vivo na escuridão, sozinho, comparavél a tantos outros que, como eu, se afastaram demasiado de seu Sol.
Como procuro a motivação. Tanto que faço para no fim me aperceber que nada faz sentido viver, se contigo não o posso partilhar.
Mas, vagueio mais um dia, com a esperança intacta, intocável.
Esperança que talvez, um destes dias, haja um Sol que me distinga entre tantas rochas, e que me abrace em sua luz.
Tal dia virá!